segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Deuses Lusitanos da Guerra

A cultura lusitana e a céltica, ambas da Península Ibéric, possuem, dentro de suas várias características, a qualidade do sangue guerreiro. A tribo lusitani é formada de vários grupos tribais isolados uns dos outros, normalmente no cimo dos montes, sendo alguns fortificados, que se uniram, especialmente no Sec. II a.C, devido à ocupação romana. Houve um bravo e carismático líder que se destacou nessa união: seu nome era Viriato.

imagesCAB4VE41Os lusitanis eram conhecidos como grandes e selvagens guerreiros nas batalhas e famosos pelas suas emboscadas e suas armas. Suas estratégias bélicas foram relatadas por Estrabão, escritor grego do século I d.C, que narrou cenários importantes da cultura Ibérica antes da conversão Cristã. Sabe-se que possuíam uma forte cultura guerreira, sendo muitas vezes comparados aos espartanos.

Há vários Deuses guerreiros adorados pelo povo lusitano, dentre eles destacam-se Carioceco, Ares Lusitani e Cosus.

Carioceco é o Deus Lusitano da Guerra, como Marte/Ares dos romanos/gregos. Em seu culto na Galiza, era conhecido como Mars Carioceco, já no norte do Tejo, fora conhecido como Ares Lusitani e, ao sul do Douro, o Deus da Guerra cultuado era Cosus. O nome de Carioceco possivelmente tem sua origem na cultura celta: “cario” deriva da palavra céltica “corio”, que significa algo como “corpo de tropa”. Em seu culto, ofereciam bodes, prisioneiros e cavalos. Quando os sacerdotes entravam em transe, durante O seu culto, abriam as vísceras dos prisioneiros e, mediante a forma com que estas caíam e a cor que possuíam, os sacerdotes faziam leituras de presságios a respeito do futuro, em especial nas batalhas. As vítimas destinadas às oferendas que poderiam ser consideradas com sorte, tinham apenas as mãos a amputadas e consagradas ao Deus. O cavalo é uma conhecida oferenda relacionada aos guerreiros, pois o cavalo, além de servir ao imagesCAFS08GTtransporte, também empregado como uma arma. Somente diante de um avanço de cavalaria era possível entender o poder deste animal na guerra. A veneração à raça equina Lusitana ainda é bastante forte em Portugal. Existiu uma ligação direta de ordens cavalariças ao culto de Ares Lusitani.

Quando os guerreiros lusitanos avançavam em batalha gritavam “Cososvs Devs Mars” e oravam:

Guedia are catum

Cosi coroi cloutomari,

counos bulti, celtos caucos,

Coriopenne, Daviniagos

coimocatus vesos cori,

Esoaece!

Endonos, dae nertom,

gabie obnum ar namantom,

Nidoledie!

Age nos andoroudu bultu

ad asedom magumari

imagesCA532D8M

Tradução:

Uma prece ante a batalha.

"As tropas de Cosos muito-afamado,

Brilho da glória, grito elevado,

Chefe-de-tropas, Ardente-condutor

íntimo-à-batalha excelente da tropa,

ó Esoaecos!

Dentro-de-nós, dá o poder,

tome o medo à frente do inimigo,

ó de-Vasta-Fúria!

Conduz-nos à glória muito-rubra

ao assento da grande-planície!"

Que o Senhor das batalhas esteja ao seu lado dentro desta batalha de nosso dia-a-dia.

Por. MP Nuno Maha / Cernunnos de Além.