segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ogum - Magia dos Orixás


Muito se tem escrito sobre os orixás eles são os Deuses vindos da África um panteão de mais quatrocentos Deuses. Ninguém sabe ao certo quantos Orixás existem, partindo-se do princípio de que eles são "tudo o que é vivo", ou seja, a natureza. Hoje, o número de orixás que sobreviveram no tempo está reduzido a dezesseis. E, mesmo desse pequeno grupo, apenas doze são ainda cultuados: os outros quatro: Obá, Logum-edé, Ewa e Irôco – são os que menos se "manifestam" nas festas e rituais. Ogum ele é o segundo Orixá o primeiro do xirê logo após Exú ser despachado, ou seja, colocado de plantão na entrada do ilê ou na rua, sendo um dos orixás mais cultuado e adorado do Brasil.
Ogum ele é o Senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão sendo vitima de demanda.
Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà,
Ogum seria o Deus da caça, filho primogênito da família dos caçadores, sendo por isso chamado de Tobí Odé. Senhor da guerra, ele seria o grande general, e donos das estradas. Ogun é também o asiwanjú, aquele que abre todos os caminhos da vida, o Orixá desbravador.
Sempre foi um valente guerreiro ele trazia inúmeros espólios de suas conquistas, conquistador de diversos reinos entre os quais o de Irê, sendo por isso chamado de Onirê, o senhor de Irê. Antes de partir para a guerra, Ogum ensinou as artes da caça a Oxóssi, o seu irmão mais novo.
Também foi Ogum quem ensinou aos homens o trabalho com ferro e aço. Além da espada, Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores, dono do trabalho porque ele possui todas as ferramentas e elas são os seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc. Com os quais ajudou os homens a dominar à natureza e a transformá-la.

No sincretismo Ogum é associado a São Jorge, festejado em 23 de Abril.
Como está sempre ligado ao poder e a força, este Orixá é muito severo e não gosta de Ter suas ordens desobedecidas. Quando não é atendido fica irado e perde a razão e castiga àqueles que o desobedeceram, mas também tem seu lado sentimental e quase sempre se arrepende do castigo por ele decretado.
Veja como os Orixás têm as virtudes e os defeitos do ser humano:
Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, os Orixás têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.
Ogum por exemplo teve como esposa Iansã, a Orixá dos ventos, que se apaixonou e fugiu com Xangô. Também teve como esposa a doce e meiga Oxum Orixá da água doce, que também o abandonou para se casar com Oxossi, o Orixá das caças da fartura e das matas.
Ogum sempre foi considerado o Senhor dos caminhos. É ele que protege as pessoas em locais perigosos, dominando as ruas e encruzilhadas com o auxílio de Exu, que é seu irmão e também o rei das encruzilhadas e dos cemitérios.
Na Umbanda: Suas cores é o vermelho, mas pode ser associado ao verde. Sua bebida é a cerveja branca, seu dia da semana é a terça-feira.
Na nação ijexá: suas cores são o vermelho e o verde, seu dia da semana é quinta-feira, seu sincretismo no sul é São Jorge.
Na Bahia sincretismo com Santo Antônio de Pádua e no Rio de Janeiro e São Paulo, com São Jorge. O sincretismo surgiu com a forte presença negra entre as tropas brasileiras, na guerra do Paraguai etc. Esses santos católicos recebiam honras militares, o que incluía até mesmo patentes de oficial no Exército e na Marinha, com direito a soldo!
Para vencer demandas tem que se agarrar com ogum, depois de Bará (Exú) ogum é o próximo a receber oferendas, aliás, digam-se de passagem, estes dois orixás são os que mais trabalham dentro do panteão africano. Algumas qualidades de Ogum trabalham de acordo com o Orixá Exú, vejam este exemplo Ogum Avagãm, que deve ter seu assentamento junto com Bará Lodê, e sua morada é sempre na frente do terreiro, do lado de fora da casa. Ogum Onira e Ogum Adiolá, este último é um guerreiro guardião que trabalha na margem de rios aos mandos de Oxum Iemanjá e Oxalá. São cultuados na Nação Ijexá, Isto chega a ser um dogma, pois Qualquer sacerdote de Orixá tem que ter Ogum em seus assentamentos, porque ele é o dono do axé de Obé (faca) por isso vem logo após o Orixá Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. No que diz respeito ao culto aos orixás, a grande diferença entre o Candomblé, que preserva mais fielmente as raízes africanas, e a Umbanda, que é um resultado do espiritismo junto com o sincretismo com cultos cristãos e ameríndios, é que, nesta última, eles não são mais vistos como seres com atributos humanos, mas como campos de força impessoais que manifestam diferentes fontes de energia divina e dentro do qual atuam entidades dos mais diversos níveis evolutivos, em missões específicas. O Ogum da Umbanda não é mais o violento e destemperado guerreiro africano, que "comia cachorro" e "lavava-se com sangue". Transformou-se no guerreiro divino, empenhado no combate ao mal, e no vencedor de demandas, que apóia os homens em momentos de dificuldade que abre seus caminhos na luta pela sobrevivência para conquistar o pão de cada dia. Na Umbanda São Jorge é Ogum com representação constante de sua imagem matando um dragão. A própria aparência do orixá se modifica: em vez do akorô(Pequena coroa), o capacete; em vez do maruô(folhas de Palmeira desfiada), o manto e o escudo de guerra.
Ogum tem estreita relação com o número sete, Veja nestas duas lendas iorubanas. Na primeira, ele aparece como o guerreiro - filho de Odudua, rei de Ifé - que conquista a cidade de Irê e assume o título de Oni (senhor ou rei). Em torno de Irê havia sete aldeias, hoje desaparecidas. Por essa razão, acreditava-se que Ogum fosse composto por sete partes, uma para cada aldeia conquistada. Em iorubano, sete é mejê, de onde resultou a expressão Ogum Mejê (O Ogum que são sete, ou o Ogum composto de sete partes). É a ele, portanto, que o ponto é dedicado.
A outra lenda fala do casamento entre Ogum e Oiá. Ogum tinha uma vara mágica, feita de ferro (metal que lhe está associado), que tinha a propriedade de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres que tocasse. Em sua oficina de ferreiro, Ogum confeccionou uma vara igual e deu-a de presente a Oiá. Algum tempo depois, porém, Oiá fugiu com Xangô e foi perseguida pelo furioso marido traído. Quando se encontraram, entraram em combate com suas varas mágicas, dividindo-se Ogum em sete partes e Oiá em nove. Por isso ela é chamada de Iansã, termo composto de duas palavras iorubanas: Iá ou Inhá (mãe) e messan (nove).

Por. MS.:. Odédemin