Muito se tem escrito sobre os orixás eles são os Deuses vindos da África um panteão de mais quatrocentos Deuses. Ninguém sabe ao certo quantos Orixás existem, partindo-se do princípio de que eles são "tudo o que é vivo", ou seja, a natureza. Hoje, o número de orixás que sobreviveram no tempo está reduzido a dezesseis. E, mesmo desse pequeno grupo, apenas doze são ainda cultuados: os outros quatro: Obá, Logum-edé, Ewa e Irôco – são os que menos se "manifestam" nas festas e rituais. Ogum ele é o segundo Orixá o primeiro do xirê logo após Exú ser despachado, ou seja, colocado de plantão na entrada do ilê ou na rua, sendo um dos orixás mais cultuado e adorado do Brasil.
Ogum ele é o Senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão sendo vitima de demanda.
Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà,
Ogum seria o Deus da caça, filho primogênito da família dos caçadores, sendo por isso chamado de Tobí Odé. Senhor da guerra, ele seria o grande general, e donos das estradas. Ogun é também o asiwanjú, aquele que abre todos os caminhos da vida, o Orixá desbravador.
Sempre foi um valente guerreiro ele trazia inúmeros espólios de suas conquistas, conquistador de diversos reinos entre os quais o de Irê, sendo por isso chamado de Onirê, o senhor de Irê. Antes de partir para a guerra, Ogum ensinou as artes da caça a Oxóssi, o seu irmão mais novo.
Também foi Ogum quem ensinou aos homens o trabalho com ferro e aço. Além da espada, Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores, dono do trabalho porque ele possui todas as ferramentas e elas são os seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc. Com os quais ajudou os homens a dominar à natureza e a transformá-la.
No sincretismo Ogum é associado a São Jorge, festejado em 23 de Abril.
Como está sempre ligado ao poder e a força, este Orixá é muito severo e não gosta de Ter suas ordens desobedecidas. Quando não é atendido fica irado e perde a razão e castiga àqueles que o desobedeceram, mas também tem seu lado sentimental e quase sempre se arrepende do castigo por ele decretado.
Veja como os Orixás têm as virtudes e os defeitos do ser humano:
Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, os Orixás têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.
Ogum por exemplo teve como esposa Iansã, a Orixá dos ventos, que se apaixonou e fugiu com Xangô. Também teve como esposa a doce e meiga Oxum Orixá da água doce, que também o abandonou para se casar com Oxossi, o Orixá das caças da fartura e das matas.
Ogum sempre foi considerado o Senhor dos caminhos. É ele que protege as pessoas em locais perigosos, dominando as ruas e encruzilhadas com o auxílio de Exu, que é seu irmão e também o rei das encruzilhadas e dos cemitérios.
Na Umbanda: Suas cores é o vermelho, mas pode ser associado ao verde. Sua bebida é a cerveja branca, seu dia da semana é a terça-feira.
Na nação ijexá: suas cores são o vermelho e o verde, seu dia da semana é quinta-feira, seu sincretismo no sul é São Jorge.
Na Bahia sincretismo com Santo Antônio de Pádua e no Rio de Janeiro e São Paulo, com São Jorge. O sincretismo surgiu com a forte presença negra entre as tropas brasileiras, na guerra do Paraguai etc. Esses santos católicos recebiam honras militares, o que incluía até mesmo patentes de oficial no Exército e na Marinha, com direito a soldo!
Para vencer demandas tem que se agarrar com ogum, depois de Bará (Exú) ogum é o próximo a receber oferendas, aliás, digam-se de passagem, estes dois orixás são os que mais trabalham dentro do panteão africano. Algumas qualidades de Ogum trabalham de acordo com o Orixá Exú, vejam este exemplo Ogum Avagãm, que deve ter seu assentamento junto com Bará Lodê, e sua morada é sempre na frente do terreiro, do lado de fora da casa. Ogum Onira e Ogum Adiolá, este último é um guerreiro guardião que trabalha na margem de rios aos mandos de Oxum Iemanjá e Oxalá. São cultuados na Nação Ijexá, Isto chega a ser um dogma, pois Qualquer sacerdote de Orixá tem que ter Ogum em seus assentamentos, porque ele é o dono do axé de Obé (faca) por isso vem logo após o Orixá Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. No que diz respeito ao culto aos orixás, a grande diferença entre o Candomblé, que preserva mais fielmente as raízes africanas, e a Umbanda, que é um resultado do espiritismo junto com o sincretismo com cultos cristãos e ameríndios, é que, nesta última, eles não são mais vistos como seres com atributos humanos, mas como campos de força impessoais que manifestam diferentes fontes de energia divina e dentro do qual atuam entidades dos mais diversos níveis evolutivos, em missões específicas. O Ogum da Umbanda não é mais o violento e destemperado guerreiro africano, que "comia cachorro" e "lavava-se com sangue". Transformou-se no guerreiro divino, empenhado no combate ao mal, e no vencedor de demandas, que apóia os homens em momentos de dificuldade que abre seus caminhos na luta pela sobrevivência para conquistar o pão de cada dia. Na Umbanda São Jorge é Ogum com representação constante de sua imagem matando um dragão. A própria aparência do orixá se modifica: em vez do akorô(Pequena coroa), o capacete; em vez do maruô(folhas de Palmeira desfiada), o manto e o escudo de guerra.
Ogum tem estreita relação com o número sete, Veja nestas duas lendas iorubanas. Na primeira, ele aparece como o guerreiro - filho de Odudua, rei de Ifé - que conquista a cidade de Irê e assume o título de Oni (senhor ou rei). Em torno de Irê havia sete aldeias, hoje desaparecidas. Por essa razão, acreditava-se que Ogum fosse composto por sete partes, uma para cada aldeia conquistada. Em iorubano, sete é mejê, de onde resultou a expressão Ogum Mejê (O Ogum que são sete, ou o Ogum composto de sete partes). É a ele, portanto, que o ponto é dedicado.
A outra lenda fala do casamento entre Ogum e Oiá. Ogum tinha uma vara mágica, feita de ferro (metal que lhe está associado), que tinha a propriedade de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres que tocasse. Em sua oficina de ferreiro, Ogum confeccionou uma vara igual e deu-a de presente a Oiá. Algum tempo depois, porém, Oiá fugiu com Xangô e foi perseguida pelo furioso marido traído. Quando se encontraram, entraram em combate com suas varas mágicas, dividindo-se Ogum em sete partes e Oiá em nove. Por isso ela é chamada de Iansã, termo composto de duas palavras iorubanas: Iá ou Inhá (mãe) e messan (nove).
Por. MS.:. Odédemin