Recebi a tarefinha, em sonho, há umas duas semanas, para escrever aqui no blog sobre O Vampirismo do Talento Alheio.
Muitas pessoas, se não todas as pessoas no mundo, cada qual a se jeito, muitos sem sequer ter a consciência do processo, são vampirizados em seus talentos.
Vampirismo é um tema, infelizmente, muito comum neste plano de encarnação. Gurdjieff coloca que todos somos vampirizados pela Lua, que é um astro morto (afinal, ele é um satélite natural, todavia utilizado como "nave" de observação da Terra, é um astro morto, que suga nossas energias). Entretanto, essa vampirização é um processo natural - tudo o que existe tira energia dos demais elementos. Nós tiramos energia dos alimentos, do Sol, do ar, da água e tudo o que existe segue o mesmo processo, inclusive os astros, as galáxias. Na visão da alta espiritualidade, isso faz parte do processo de vida dentro do corpo de Deus, digamos assim - segue, analogamente, o mesmo padrão do corpo humano - há bactérias, milhares delas, vivendo em nosso organismo e elas se alimentam em nós (de nós, de uma certa forma) e por sua vez são necessárias ao funcionamento do organismo.
Temos um mini universo em nossos corpos e todo ele acontece segundo um padrão de alimentação. No hinduísmo, eles ensinam isso como uma forma de percebemos que vivemos dentro do corpo de Krshna, nós nos alimentamos, tiramos dele tudo o precisamos e ele, por sua vez, nos devolve tudo o que precisamos também. É um processo de troca. E tudo segue esse padrão. O vampirismo, neste compasso, é o aspecto negativo dessa troca de energias, quando estamos sendo sugados mais do que estamos recebendo. E tanto o lado positivo de troca de energias, quando o negativo (o vampirismo), acontece o tempo todo, em todos os setores de nossas vidas.
No lado positivo, há equilíbrio. No lado negativo, desequilíbrio. Equilíbrio é uma palavra-chave para solução em tudo. É impossível sair desse processo. Gurdjieff explica que a única coisa que podemos fazer é tentarmos nos submeter a padrões mais favoráveis, mas escapar a tais influências, tais padrões, é impossível.
O processo de troca positiva de energias e o vampirismo acontece em todos os lugares. Por exemplo, numa empresa na relação patrões-empregados, no Governo na relação com a população, na família etc. No trabalho, vemos a troca positiva de energias, quando o patrão dá boas condições de trabalho, bons salários e recebe, em troca, um bom trabalho desempenhado pelos empregados. No lado negativo, quando há o mal patrão, que dá péssimas condições de trabalho, baixos salários e explora seus empregados, muitas vezes se dando muito bem às custas desse processo. O mesmo ocorre em Governos, famílias, relações de amizade, em todos os lugares. Sempre que já desequilíbrio, a relação acaba sendo de vampirismo e não de troca. Essa é uma percepção que, penso eu, as pessoas precisam ter nesta época, talvez por isso tantos filmes de vampiros..hehe. Porque esse desequilíbrio precisa acabar, precisa ser substituído por relações mais saudáveis - troca e não exploração, equilíbrio e não desigualdade.
O pior lado desse tipo de vampirismo energético é quando as coisas são feitas de forma dissimulada. É fácil tomar consciência, revoltar-se e tomar atitudes contra governos que todos sabem que são corruptos, contra patrões que todos sabem que dá péssimas condições de trabalho e baixos salários. O problema é quando as pessoas, titulares desses lugares de "poder" sobre os demais, são dissimuladas - tomam "aparência" de bons governantes, de bons chefes, de bons patrões, bons pais, bons colegas de trabalho, bons amigos e, na verdade, todos estes são bons amigos da onça....hehe. É muito mais difícil tomar atitudes e mudar as coisas com pessoas sorridentes, "boazinhas", que dissimulam (dissimular, a quem não sabe, é um tipo de mentira inteligente - é aquele que finge estar fazendo algo para o bem quando está, na verdade, te ferrando, explicando de uma forma bem direta...hehe).
Aqui entram os "vampiros de talentos alheios", é aquele que se dá bem em cima do trabalho e do talento do outro e, ainda por cima, sai de bonzinho na fita! É o caso histórico, por exemplo, de Tomas Edson e Nicola Tesla - enquanto este era o grande gênio e talento, ele desenvolveu praticamente tudo o que conhecemos hoje ligado a eletricidade e formas de transmissão de ondas com e sem fios, inclusive o rádio, televisão, telefone (tudo foi o Tesla), enquanto Tomas Edson ficou com a fama. E isso ocorre em diversos níveis, com diversas pessoas, no mundo todo.
Na mensagenzinha mediúnica que recebi em sonho, me falaram que era para dar o devido reconhecimento àqueles que são os VERDADEIROS responsáveis pelas coisas e começar a informar a todos para irem tomando consciência de seus próprios processos de vampirização (tanto ativa, quanto passiva), para ir começando a se buscar o equilíbrio). E um bom começo para isso é dar o devido reconhecimento àqueles que realmente fizeram o que outros levam a fama e o sucesso em seus lugares.
E o segundo passo, mais importante, é perceber as dissimulações a nosso redor e corrigir tais distorções - não se permitir ser vampirizado é um processo individual e o mais difícil, aqui, é primeiro ver que isso está ocorrendo, porque quando a pessoa tem aquela imagem de "boazinha" para fazer isso, é difícil percebemos e, até mesmo, acreditarmos que ela está fazendo isso. Ressalto, aqui, que é importante saber, neste processo, que a grande maioria das vezes aquele que faz esse tipo de coisa TAMBÉM NÃO TEM CONSCIÊNCIA DE QUE ESTÁ AGINDO ERRADO, de que está explorando etc, o que torna tudo mais difícil ainda - porque a pessoa "jura por Deus" que está dando o melhor de si, fazendo o melhor por você etc. Geralmente, a pessoa não consegue ver o próprio "monstrinho", como dizia uma professora minha. Esse é um processo doloroso, mas ele precisa se intensificar nos dias atuais, para irmos corrigindo tais falhas nossas, em ambos os lados do vampirismo - quando nós vampirizamos outros e quando somos vampirizados.
Mestra IP