terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Śrī Lakṣmī & Śrī Gaṇeśa

Todas as Glórias à śrī Guru Mahārāja Ācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à śrī śrī Mahālakṣmī Devī e śrī śrī Mahāgaṇapati!

Śrī Lakṣmī e śrī Gaṇeśa.

Śrī Lakṣmī (
श्रीलक्ष्मीé a personificação do esplendor, da beleza, da riqueza e da prosperidade dentro da Cultura Védica. 

É a śakti de śrī Viṣṇu, usualmente retratada aos pés de lótus de Seu Amado, quando Este é conceitualizado como śrī Nārāyaṇa. Assim, é Sua contraparte feminina e, enquanto a potência energética do Mantenedor do Universo, é Aquela que concede a bênção que permite ao devoto a “identificar e compreender seus objetivos” – eis o significado de seu nome, em sânscrito – além do véu da escuridão.

Śrī Nārāyaṇa e śrī Lakṣmī (śrī Brahmā e śrī Śiva ao fundo).

É também uma das Grandes Mães do Sanātanadharma. Ao lado de śrī Sarasvatī (consorte de śrī Brahmā, Aquele que cria) e śrī Pārvatī (consorte de śrī Śiva, Aquele que destrói/transforma), forma a Tridevī – versão feminina da Trimūrti, a Trindade Suprema do panteão hindu.

Em sua iconografia mais famosa, aparece com quarto braços, que representam os quarto grande objetivos da humanidade: Dharma (a busca pela vida justa, ética e moral), artha (desenvolvimento dos meios materiais), kāma (a realização emocional) e mokṣa (a liberação última, alcançada através do autoconhecimento).

As flores de lótus que śrī Lakṣmī carrega em suas mãos posteriores representam jñāna (o verdadeiro conhecimento), a autorrealização, a consciência, o karma e a pureza, através da analogia da mais linda flor de luz que nasce em meio às águas pantanosas da ignorância.

Em uma de suas mão anteriores, em abhayamudrā, ela concede a bênção do destemor, de onde jorram moedas de ouro, que simbolizam a infinita riqueza material e espiritual de Sua natureza. Em Sua outra mão, em varadamudrā, concede a bênção da benevolência e caridade (dāna).

Sua montaria (vāhana) é Ulūka, a coruja. Simboliza proteção, paciência, inteligência e sabedoria, mantendo-se atenta na escuridão. Todavia, por ser um animal noturno, que não enxerga de forma plena sob luz do dia, também representa a tendência natural do caminhante espiritual (sādhaka) à buscar excessiva ou exclusivamente a riqueza material em detrimento à prosperidade espiritual.

Śrī Lakṣmī possui oito manifestações secundárias (Aṣṭalakṣmī), relacionadas a oito fontes de riqueza, e que representam as principais potências de śrī Mahālakṣmī, sua manifestação enquanto a Suprema Saktidevī:

-       Ādi Lakṣmī: Sua manifestação primordial, a śakti de śrī Viṣṇu;
-       Dhana Lakṣmī: Aquela que concede a riqueza material;
-       Dhānya Lakṣmī: Aquela que concede a riqueza na agricultura;
-       Gaja Lakṣmī: Aquela que concede o poder da realeza;
-       Santāna Lakṣmī: Aquela que protege a prole;
-       Vīra Lakṣmī: Aquela que concede a coragem e a força;
-       Vijaya Lakṣmī: Aquela que concede a vitória sobre os obstáculos
-       Vidyā Lakṣmī: Aquela que concede o conhecimento, também nas artes e ciências.

Aṣṭalakṣmī.

Śrī Gaṇeśa (
श्रीगणेश), usualmente também chamado de śrī Gaṇapati (“Senhor dos Gaṇas”, a guarda de śrī Śiva), é o deus com cabeça de elefante, uma das Deidades mais populares do hinduísmo. 

śrī Gaṇeśa em todo Seu esplendor.
É a personificação da Sabedoria (vijñāna) e do intelecto (buddhi), o Senhor dos obstáculos (śrī Vighneśvara), Aquele que abre os caminhos do sādhaka para a realização material, emocional e espiritual, mas que também cria impedimentos que ajudam a fechar as portas das tentações que atrapalham o caminho Dhármico.  É “a porta de entrada” do panteão hindu, bem como o Senhor da escrita e do aprendizado.

Filho de śrī Pārvatī e śrī Śiva, o casal cósmico, possui diversas histórias diferentes que narram seu aparecimento. Em uma das mais famosas alegorias, conta-se que teve Seu corpo moldado em argila por Sua mãe, com uma cabeça humana; após conferir-Lhe o sopro da vida, śrī Pārvatī designou-O como guardião de Sua residência, enquanto Seu pai viajava pelos Himalayas. Obteve então Sua cabeça de elefante após de decapitado pelo próprio pai, que ainda não o conhecia, quando impediu que o mesmo adentrasse Sua casa. 

Desesperada pelo sentimento de perda de Sua criança, a Senhora da Montanha projeta toda Sua fúria sobre śrī Mahādeva, , manifestando a natureza protetora de sua essência materna, transformando-Se em śrī Durgā. Assim, tomado pelo remorso, śrī Śiva se compromete com Sua consorte a reverter o incidente e designa à Seus servos uma busca pelo primeiro ser que fosse encontrado dormindo virado para o norte. 

Retornam com uma imponente cabeça de elefante, que então substitui a que havia sido decepada. Para amenizar o desgosto de Sua consorte, śrī Śiva declara que Aquele é Seu primogênito, elevando-O ao status de Deidade, concedendo-Lhe o comando de suas tropas e instituindo Sua adoração antes de quaisquer rituais e demais atividades religiosas.

A cabeça de elefante de śrī Gaṇapati apresenta uma quase que imperceptível boca e grandes orelhas, uma analogia ao “falar menos, ouvir mais”. Os grandes olhos representam a visão que alcança além da aparente realidade material e a presa quebrada representa o sacrifício Dhármico de śrī Ekadanta (“Aquele que tem somente uma presa”), que autoflagelou-Se para registrar em texto a narração do grande épico Mahābhārata, ditado por Vyāsadeva.


Vyāsadeva ditando o grande épico hindu à śrī Gaṇapati.
Usualmente é representado com quatro braços. Em suas mão posteriores, segura um machado (paraśu), para cortar o denso apego ao mundo material e uma corda (pāśa), para obstruir ou liberar o caminho do devoto. Em suas mãos anteriores, concede a bênção do destemor (abhayamudrā) e segura um pote de doces (modakas ou laḍḍus), que representam os doces frutos em recompensa ao trabalho Dhármico.

Apresenta o abdômen avantajado pois carrega em Si passado, presente e futuro: todo o Cosmos. Também representa sua generosidade, a sincera e total aceitação e proteção que Ele assegura ao Universo.

Possui diversos vāhanas, que variam de acordo com as diversas manifestações de śrī Gaṇapati: vāsuki (a naja sagrada), mayūra (o pavão), siṃha (o leão), e, o mais famoso, mūṣaka (o rato), que representa tamoguṇa, os desejos.

Dentre as muitas manifestações de śrī Gaṇeśa, oito delas são destacadas:

-       Vakratuṇḍa: Aquele que possui a tromba curvada, representa a vitória sobre a inveja;
-       Ekadanta: Aquele que possui somente uma presa, vale à superação da arrogância;
-       Mahodara: Aquele que possui uma grande barriga, personifica a derrota da ilusão e da ignorância;
-       Gajānana: Aquele que possui a face de um elefante, simboliza o triunfo diante da ganância;
-       Lambodara: literalmente, “o barrigudo”, representa a conquista da ira;
-       Vikaṭa: O deformado, vale ao controle dos desejos;
-       Vighnarāja: O rei dos obstáculos, personifica a superação do ego;
-       Dhūmravarṇa: Aquele que possui cor de fumaça, simboliza a superação do orgulho.

Assim, considerando que śrī Lakṣmī e śrī Gaṇeśa não são um casal propriamente dito, como śrī Rādhākṛṣṇa ou śrī Pārvatī e śrī Śiva, a adoração de ambos em conjunto se dá pela similaridade e união complementar de suas simbologias relacionadas à bem-aventurança e realização, a sutileza e doçura divinas.

Por fim, a riqueza e a prosperidade concedidas por śrī Lakṣmī só podem ser alcançadas pelo sādhaka que superou os obstáculos de sua vida através do trabalho Dhármico ensinado por śrī Gaṇapati. Da mesma forma, de nada vale o esplendor sem sabedoria, e não se alcança a abundância sem um afiado intelecto. 


Invocações Mântricas para o ritual:

श्रीलक्ष्मी
Śrī Lakṣmī

गायत्री
gāyatrī

ॐ श्रीमहालक्ष्म्यै च विद्महे
विष्णुपत्न्यै च धीमहि ।
तन्नो लक्ष्मी प्रचोदयात् ॥

oṃ śrī mahālakṣmyai ca vidmahe
viṣṇupatnyai ca dhīmahi 
tanno lakṣmī pracodayāt 

Contemplamos Aquela que é a Suprema Śaktidevī,
Meditamos por compreensão n’Aquela que é a consorte de śrī Viṣṇu
Reverenciamo-nos Àquela que concede a realização de nosso Dharma, para que nos ilumine com sabedoria.

बीजमन्त्र
bījamantra

ॐ श्रीमहालक्ष्म्यै नमः

oṃ śrī mahālakṣmyai namaḥ

Reverenciamo-nos à Suprema Saktidevī.

श्रीगणेश
Śrī Gaṇeśa

गायत्रीgāyatrī

ॐ एकदन्ताय विद्महे
वक्रतुण्डाय धीमहि ।
तन्नो दन्तिः प्रचोदयात् ॥

oṃ ekadantāya vidmahe
vakratuṇḍāya dhīmahi 
tanno dantiḥ pracodayāt 

Contemplamos Aquele que possui somente uma presa,
Meditamos por compreensão n’Aquele que tem a tromba curvada
Reverenciamo-nos Àquele que possui presas, para que nos ilumine com sabedoria.

बीजमन्त्र
bījamantra

ॐ गं गणपतये नमः

oṃ gaṁ gaṇapataye namaḥ

Reverencio-me ao Senhor dos Gaas.

* Sobre os bījas:
-       śrī/śrīm: sílaba de força lunar, que remete ao amor e devoção, à beleza, à fé e à rendição. Promove o desenvolvimento positivo junto ao Esplendor Divino;
-       gaṁ: de força solar, remete ao elemento terra e à manifestação material,  do Dharma. Promove o desenvolvimento do intelecto e da sabedoria.

As atividades de nosso último final de semana da Ordem Polimata em 2016 se iniciam a partir das 10h do próximo sábado, dia 17/12, teremos uma aula experimental de Yoga com a Professora Mary Makim. Esta atividade é gratuita para membros e possui valor de troca de R$ 15,00 para visitantes.

Nosso Satsang com Ayahuasca à śrī Lakṣmī Devī e à śrī Gaṇeśa inicia-se no Templo Polimata em Mairiporã, a partir das 19h.

No domingo, dia 18/12, teremos o almoço de confraternização indiano para membros e visitantes, a partir das 13h, com valor de troca de R$ 30,00 para membros (antecipado, apenas pelo site da Ordem) e R$ 50,00 para visitantes e membros que se manifestarem apenas na data do evento.

Após o almoço, teremos o Ritual de Prosperidade à śrī Lakṣmī Devī, fechando as atividades de 2017 da Ordem Polimata. Pedimos a todos que levem flores e frutas para a confecção da Mandala Viva à Deusa da Prosperidade.

Siga a programação no evento do Facebook.

Ingressos antecipados no site da Ordem Polimata.

Todas as Glórias à śrī śrī Mahālakṣmī Devī e śrī śrī Mahāgaṇapati.

Ki, Jai!