domingo, 24 de outubro de 2010

Magia Indiana


Magia Indiana

Part I – Esclarecimentos Eliphas Levi


Fui indagado por um aluno sobre a visão negativa de Eliphas Levi sobre a magia e processos dos magos indianos. Este é o nosso ponto de partida para este exercício filosófico, magístico, místico, ocultista.
O famoso magista Eliphas Levi fora durante sua vida um fervoroso cristão. Dentro de uma mística cristã-judaica desenvolveu suas estruturas filosóficas, utilizando a Qaballah em seu caminho como ocultista.
Cada tradição espiritual encontra-se inserida dentro de um dogmatismo que a limita ou foca, mediante a visão pessoal de cada um. Compreender outras culturas é essencial para podermos ampliar nossa limitação. Neste campo, Eliphas Levi limitou-se ao campo Judaico-Cristão em sua filosofia de trabalho espiritual.
A ação comparativa entre culturas Judaico-Cristãs, com a complexa cultura Indiana, em pleno séc. XIX, é, claramente, desastrosa e preconceituosa. Eliphas Levi permite transparecer um ar de arrogância e prepotência, naturais daquela época na Europa.
Eliphas Levi foi fortemente influenciado pela Qaballah em sua época, herança advinda do tempo de Nicolas Flamel que, em busca pelo livro perdido de Abraão, o Judeu pelos reinos e califados da península ibérica, praticamente iniciou um modismo de estudos em torno da Qaballah.
Acredito na necessidade de renovação do conhecimento de tempos em tempos, muito dos conhecimentos da magista, são muito pouco práticos ou mesmo realizáveis em alguns casos, em parte devido a pouca dedicação verificada pelos magistas encontrados atualmente, em outra devido a nossa cultura moderna, leis, tabus sociais e pessoais . Compreender a raiz do Arcano, lhe permite aplicar o Arcano em qualquer processo místico, cultural ou religioso.
Sabe-se hoje que as tradições bramânicas, dravidianas, entre outras são muito mais antigas que as Tradições Judaicas, faremos o seguinte exercício para compreender melhor está questão.

Part II - Bramanismo – Zorosatrismo - Judaísmo

Partiremos do inicio do bramanismo que se desenvolvia no território da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal, Sri Lanka, quando se tinha comunicação direta com os Deuses, tempos antigos e míticos, ao se expandir pelo território do que conhecemos hoje por Irã, Iraque, Afeganistão, Turquia, iniciou-se uma tradição indo-iraniana de brâmanes, pré-zoroastrista que desenvolverão uma tradição focada na dualidade da escolha de nosso caminho, entre o caminho do “bem” e o do “mal”. Ahura Mazda foi revelado como divindade suprema assexuada (masculino/feminino).
O Zoroastrismo trouxe do “hinduísmo” os devas, absaras, semi-deuses, que se tornaram dentro desta nova cultura espiritual em djins (gênios) que possuíam uma característica dual (Bom/Mal), e eram organizados em 72 djins, que mais tarde se tornaram os anjos cabalísticos e cristões.
Estes conhecimentos foram absorvidos pelos povos que estavam inseridos em seu meio, como os escravos que estudaram suas filosofias, religião, costumes, e quando foram libertados da “Antiga Babilônia” possuidores de tais conhecimentos, caminharam em busca de um novo começo, estás são as tribos do povo judeu. Estes hebreus nômades em busca de sua pátria, a terra prometida.
Os judeus herdaram parte do conhecimento da “India” indiretamente, da antiga Babilônia, seus segredos, mistérios, sigilos, filosofias. Quando nos aprofundamos na questão, compreendemos a influencia e estrutura do sânscrito, no hebraico, como tão bem explorou Saint-Yves D’Alveydre em seu Arqueômetro.
Os judeus caíram novamente em escravidão pelos egípcios, que possuidores já que uma bagagem cultural, puderam absorveram a arte, filosofia, magia, engenharia, medicina, egípcia somando novamente esta alquimia de conhecimento.
Toda religião desenvolvida acaba realizando uma compreensão secreta e muita vezes proibida pelas autoridades hierarquias das mesma. A qaballah, enquanto mística judaica, ainda encontrava em seu seio o conhecimento dos antigos que aprenderam, junto aos indo-arianos, indo-iranianos, babilônios, persas, egípcios, caladeus, ..... A qaballah teve um longo caminho ao seu pleno amadurecimento nos califados e reinos mulçumanos da Península Ibérica em plena Europa.
A tradição da qaballah afirmar que os anjos, deuses, ou mesmo seus filhos, tomaram as mulheres humanas como esposas, e elas aprenderam os segredos de Deus, cada “anjo” tinha um conhecimento oculto, sigiloso diferente, assim foram manifestados os diversos conhecimento existentes da mística judaica.

Continua Amanhã

Deste servo MP Nuno MNH / Acarya Maha Surya Pandit